sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Biografia de Cecília Meireles


Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles e de D. Matilde Benevides Meireles, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi à única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides.

Conclui seus primeiros estudos (curso primário) em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, "Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925.

Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos.

Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma apologia do Simbolismo.

Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação.

Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.

Profere, em Lisboa e Coimbra - Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.

De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).

Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.

Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.

A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia.

Publica, em 1939/1940, em Lisboa - Portugal, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na revista "Ocidente".

Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).

Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (RJ).

Aposenta-se em 1951, como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).

Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho.

Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.

Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.

Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.

Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962.

No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São Paulo (SP), em 1963.

Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.






Palavras de Cecília

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."








http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp

Galeria

Cecília Meireles

Poesias infantis

Poesias








quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Por que Cecília merece ser adimirada

Ela merece ser admirada, pois consegue transmitir para as pessoas todos os seus sentimentos. Além disso, ela passa várias mensagens através de seus poemas e se engana que associa Cecília Meireles a tristeza, ela fala que devemos aproveitar a vida antes que ela passa tão rápido que não consigamos aproveitar a nossa juventude. É por esses motivos e tantos outros que considero Cecília um exemplo. 








                                                Nhaiara Monteiro 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vídeos

Nada é impossível - Cecília Meireles  
                                     
Retrato

Serenata

Canção
                                                                      




Poesias infantis de Cecília Meireles

Bailarina
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do p
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá
Não conhece nem lá nem si
mas fecha os olhos e sorri
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

 
As duas velhinhas

Duas velhinhas muito bonitas,
Mariana e Marina,
Estão sentadas na varanda:
Marina e Mariana.
Elas usam batas de fitas,
Mariana e Marina.
E penteado de tranças:
Marina e Mariana.
Tomam chocolate, as velhinhas,
Mariana e Marina.
Em xícaras de porcelana,
Marina e Mariana.
Uma diz: “Como a tarde é linda,
não é, Marina?”
A outra diz: “Como as ondas dançam,
não é, Mariana?”
“Ontem, eu era pequenina”,
diz Marina.
“Ontem, nós éramos crianças”,
diz Mariana.
E levam à boca as xicrinhas,
Mariana e Marina,
As xicrinhas de porcelana:
Marina e Mariana.
Tomam chocolate, as velhinhas,
Mariana e Marina.
E falam de suas lembranças,
Marina e Mariana.

O menino azul
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
- de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar
histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Rua das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)

Tanta tinta
Ah! menina tonta,
toda suja de tinta
mal o sol desponta!
(Sentou-se na ponte,
muito desatenta...
E agora se espanta:
Quem é que a ponte pinta
com tanta tinta?...)
A ponte aponta
e se desaponta.
A tontinha tenta
limpar a tinta,
ponto por ponto
e pinta por pinta...
Ah! a menina tonta!
Não viu a tinta da ponte!

As meninas
Arabela
abria a janela.
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
“Bom dia!”
Arabela
foi sempre a mais bela.
 Carolina;
a mais sábia menina.
E Maria
apenas sorria:
“Bom dia!”
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.
Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
                 “Bom dia!”                

Figurinha
No claro jardim
A menina chora
pela borboleta
que se foi embora.
   Ora, ora, ora,
Não chore tanto!
Nossa Senhora!
A menina chora
no claro jardim
um choro sem fim.
Nem o céu azul
é bonito, agora,
pois a borboleta já
se foi embora.
Não chore tanto!
Nossa Senhora!
Que choro sem fim
a menina chora
no claro jardim.
Ora, ora, ora!
Onde está meu quintal
amarelo e encarnado,
com meninos brincando
de chicote-queimado,
com cigarras nos troncos
e formigas no chão,
e muitas conchas brancas
dentro da minha mão?
E Júlia e Maria
e Amélia onde estão?
Onde está meu anel
e o banquinho quadrado,
e o sabiá na mangueira
e o gato no telhado?
- e a moringa de barro,
e o cheiro do alvo pão?
e tua voz, Pedrina,
sobre o meu coração?
Em que altos balanços
se balançarão?...



domingo, 14 de agosto de 2011

Frases de Cecília Meireles

"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.""Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira."
"Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua."
"Quando penso em você, fecho os olhos de saudade."
"De longe te hei de amar- da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância."
"Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve..."
"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."
"Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira."
"E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará..."
"Quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena."
"Adestrei-me com o vento e minha festa é a tempestade."
"Nunca ninguém viu ninguém que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste, e eu sei que ela se vê bem..."
"Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ao longe, o vento vai falando de mim."
"Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis... mas não quero mais..."
"Viajo sozinha com o meu coração
Não ando perdida, mas desencontrada
Levo o meu rumo na minha mão."
"Se em um instante se nasce e um instante se morre,um instante é o bastante pra vida inteira."






http://pensador.uol.com.br/frases_de_cecilia_meireles/2/

sábado, 13 de agosto de 2011

Conquitas de Cecília Meireles


1910 Recebe seu primeiro prêmio das mãos do poeta Olavo Bilac, então Inspetor Escolar do Distrito Federal. Uma medalha de ouro, com nome gravado, por ter feito todo o  curso primário com “distinção e louvor".
1917 Diploma-se na Escola Normal (Instituto de Educação). Dedica-se ao magistério com amor. Seu interesse pelos rumos da Educação no país  é constante. Defende as idéias do professor Anísio Teixeira em prol de uma Nova Escola na coluna do jornal A Manhã.
1919 O primeiro livro de versos, Espectros, recebe elogios de críticos como João Ribeiro.
1922 Casa-se com Fernando Correia Dias, artista plático português.
1924 Escreve Criança, meu amor, adotado nas escolas públicas municipais.
1930-1934 Desenvolve intensa atividade jornalística. Dirige uma página diária  sobre Educação no Diário de Notícias. Não poupa críticas ao Governo de Getúlio Vargas, em defesa de um novo modelo educacional.
1934 Passa a dirigir  o Instituto Infantil, no Pavilhão Mourisco, em Botafogo. Com a colaboração do marido, cria a primeira Biblioteca Infantil da cidade. Neste mesmo ano viaja ao exterior, acompanhada do Correia Dias. Visita Portugal, onde desenvolve intensa atividade cultural , proferindo conferências e palestra em universidades de Lisboa e Coimbra.
1935Passa a lecionar Literatura Brasileira  na recém fundada Universidade do Distrito Federal (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro). Seu marido se suicida e deixa Cecília com três filhas para criar.
1936-1939 As dificuldades econômicas lhe exigem muito trabalho. Ministra cursos  de Técnica e Crítica Literária; sobre  Literatura comparada e Literatura Oriental. Escreve regularmente  nos jornais A Manhã, Correio paulistano e A Nação. E ainda trabalha no departamento de Imprensa e propaganda como responsável pela revista Travel in Brazil.
1938 O livro Viagem recebe o Prêmio Poesia da Academia Brasileira de Letras.
1939 Viagem é publicado em Portugal. Trata-se do primeiro grande livro da poeta. Reúne  84 poemas e 13 epigramas, simetricamente intercalados.
1940 Volta aos Estados Unidos. Leciona Literatura  e Cultura Brasileiras, na Universidade do Texas. Faz conferências sobre literatura, folclore e educação no México.
1942 Publica Vaga Música. No jornal A Manhã escreve  importantes estudos sobre folclore infantil.
1944Visita o Uruguai e a Argentina. Cecília  Meireles é dos primeiros intelectuais brasileiros a estreitar relações com escritores hispano-americanos.
1945 Publica Mar Absoluto. Retorna aos temas definitivos: mar e solidão. M
uda-se com a família para a casa do Cosme Velho, onde vive até o fim de seus dias.
1948 É tratada como especialista pela Comissão Nacional de Folclore.
1949 Mais um livro: Retrato natural, que apresenta  uma poesia mais moderna e despojada.
1951 Publica Amor em Leonoreta.
1952 Recebe o Grau de Oficial da Ordem do Mérito , do Chile. É sócia do Gabinete Português de leitura e do Instituto Vasco da Gama, de Goa, Índia.  Lança Doze noturnos de Holanda & O Aeronauta.                                                                                               
1953 Sai afinal publicado o Romanceiro da Inconfidência, sua obra maior. Neste mesmo ano é convidada pelo primeiro ministro Nehru para o simpósio sobre a obra de Gandhi, na Índia, e recebe o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Deli. Compõe os Poemas escritos na Índia e da passagem pela Itália nascem os Poemas italianos.
1956 Publica Canções.
1958 Conferência em Israel. Visita aos lugares santos. Sua Obra Poética é publicada pela Editora José Aguilar.
1960 Edição de Metal Rosicler.Acentua-se a presença da temática da morte.
1963 Solombra, último livro publicado em vida, aprofunda a extrema melancolia e o sentimento de  partida “dos litorais humanos”.
1964 Prepara um poema épico-lírico para as comemorações do quarto centenário do Rio de Janeiro, cidade que a viu nascer e que a acolherá para a eternidade.
1965 A morte não encerra a grandiosa biografia da maior poetisa brasileira.  No ano em que a cidade do Rio de Janeiro comemorava o seu Quarto Centenário, a Academia Brasileira  confere-lhe o Prêmio Machado de Assis. Seus inéditos continuam a ser publicados.


 http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/catalogo/cecilia_vida.htm