Cecília Meireles uma bela escritora
"Se em um instante se nasce e um instante se morre,um instante é o bastante pra vida inteira." Cecília Meireles
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Palavras de Cecília
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."
http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp
Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."
http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp
Galeria
Cecília Meireles
Poesias infantis
Poesias
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Por que Cecília merece ser adimirada

Nhaiara Monteiro
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Vídeos
Nada é impossível - Cecília Meireles
Retrato
Serenata
Canção
Poesias infantis de Cecília Meireles
Bailarina

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do p
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá
Não conhece nem lá nem si
mas fecha os olhos e sorri
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
tão pequenina
quer ser bailarina
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do p
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá
Não conhece nem lá nem si
mas fecha os olhos e sorri
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
As duas velhinhas
Duas velhinhas muito bonitas,
Mariana e Marina,
Estão sentadas na varanda:
Marina e Mariana.
Elas usam batas de fitas,
Mariana e Marina.
E penteado de tranças:
Marina e Mariana.
Tomam chocolate, as velhinhas,
Mariana e Marina.
Em xícaras de porcelana,
Marina e Mariana.
Uma diz: “Como a tarde é linda,
não é, Marina?”
A outra diz: “Como as ondas dançam,
não é, Mariana?”
“Ontem, eu era pequenina”,
diz Marina.
“Ontem, nós éramos crianças”,
diz Mariana.
E levam à boca as xicrinhas,
Mariana e Marina,
As xicrinhas de porcelana:
Marina e Mariana.
Tomam chocolate, as velhinhas,
Mariana e Marina.
E falam de suas lembranças,
Marina e Mariana.
O menino azul
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
- de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar
histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Rua das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
Tanta tinta
Ah! menina tonta,
Ah! menina tonta,
toda suja de tinta
mal o sol desponta!
(Sentou-se na ponte,
muito desatenta...
E agora se espanta:
Quem é que a ponte pinta
com tanta tinta?...)
A ponte aponta
e se desaponta.
A tontinha tenta
limpar a tinta,
ponto por ponto
e pinta por pinta...
Ah! a menina tonta!
Não viu a tinta da ponte!
As meninas
Arabela
abria a janela.
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
“Bom dia!”
Arabela
foi sempre a mais bela.
Carolina;
a mais sábia menina.
E Maria
apenas sorria:
“Bom dia!”
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.
Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
“Bom dia!”
Figurinha
No claro jardim
A menina chora
pela borboleta
que se foi embora.
Ora, ora, ora,
Não chore tanto!
Nossa Senhora!
A menina chora
no claro jardim
um choro sem fim.
Nem o céu azul
é bonito, agora,
pois a borboleta já
se foi embora.
Não chore tanto!
Nossa Senhora!
Que choro sem fim
a menina chora
no claro jardim.
Ora, ora, ora!
Onde está meu quintal
amarelo e encarnado,
com meninos brincando
de chicote-queimado,
com cigarras nos troncos
e formigas no chão,
e muitas conchas brancas
dentro da minha mão?
E Júlia e Maria
e Amélia onde estão?
Onde está meu anel
e o banquinho quadrado,
e o sabiá na mangueira
e o gato no telhado?
- e a moringa de barro,
e o cheiro do alvo pão?
e tua voz, Pedrina,
sobre o meu coração?
Em que altos balanços
se balançarão?...
domingo, 14 de agosto de 2011
Frases de Cecília Meireles

"Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua."
"Quando penso em você, fecho os olhos de saudade."
"De longe te hei de amar- da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância."
"Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve..."
"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."
"Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira."
"E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará..."
"Quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena."
"Adestrei-me com o vento e minha festa é a tempestade."
"Nunca ninguém viu ninguém que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste, e eu sei que ela se vê bem..."
"Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ao longe, o vento vai falando de mim."
"Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis... mas não quero mais..."
"Viajo sozinha com o meu coração
Não ando perdida, mas desencontrada
Levo o meu rumo na minha mão."
"Se em um instante se nasce e um instante se morre,um instante é o bastante pra vida inteira."
http://pensador.uol.com.br/frases_de_cecilia_meireles/2/
sábado, 13 de agosto de 2011
Conquitas de Cecília Meireles
1917 – Diploma-se na Escola Normal (Instituto de Educação). Dedica-se ao magistério com amor. Seu interesse pelos rumos da Educação no país é constante. Defende as idéias do professor Anísio Teixeira em prol de uma Nova Escola na coluna do jornal A Manhã.
1919 – O primeiro livro de versos, Espectros, recebe elogios de críticos como João Ribeiro.
1922 – Casa-se com Fernando Correia Dias, artista plático português.
1924 – Escreve Criança, meu amor, adotado nas escolas públicas municipais.
1930-1934 – Desenvolve intensa atividade jornalística. Dirige uma página diária sobre Educação no Diário de Notícias. Não poupa críticas ao Governo de Getúlio Vargas, em defesa de um novo modelo educacional.
1934 – Passa a dirigir o Instituto Infantil, no Pavilhão Mourisco, em Botafogo. Com a colaboração do marido, cria a primeira Biblioteca Infantil da cidade. Neste mesmo ano viaja ao exterior, acompanhada do Correia Dias. Visita Portugal, onde desenvolve intensa atividade cultural , proferindo conferências e palestra em universidades de Lisboa e Coimbra.
1935 – Passa a lecionar Literatura Brasileira na recém fundada Universidade do Distrito Federal (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro). Seu marido se suicida e deixa Cecília com três filhas para criar.
1936-1939 – As dificuldades econômicas lhe exigem muito trabalho. Ministra cursos de Técnica e Crítica Literária; sobre Literatura comparada e Literatura Oriental. Escreve regularmente nos jornais A Manhã, Correio paulistano e A Nação. E ainda trabalha no departamento de Imprensa e propaganda como responsável pela revista Travel in Brazil.
1938 – O livro Viagem recebe o Prêmio Poesia da Academia Brasileira de Letras.
1939 – Viagem é publicado em Portugal. Trata-se do primeiro grande livro da poeta. Reúne 84 poemas e 13 epigramas, simetricamente intercalados.
1940 – Volta aos Estados Unidos. Leciona Literatura e Cultura Brasileiras, na Universidade do Texas. Faz conferências sobre literatura, folclore e educação no México.
1942 – Publica Vaga Música. No jornal A Manhã escreve importantes estudos sobre folclore infantil.
1944 – Visita o Uruguai e a Argentina. Cecília Meireles é dos primeiros intelectuais brasileiros a estreitar relações com escritores hispano-americanos.
1945 – Publica Mar Absoluto. Retorna aos temas definitivos: mar e solidão. M
uda-se com a família para a casa do Cosme Velho, onde vive até o fim de seus dias.
1948 – É tratada como especialista pela Comissão Nacional de Folclore.
1949 – Mais um livro: Retrato natural, que apresenta uma poesia mais moderna e despojada.
1951 – Publica Amor em Leonoreta.
1952 – Recebe o Grau de Oficial da Ordem do Mérito , do Chile. É sócia do Gabinete Português de leitura e do Instituto Vasco da Gama, de Goa, Índia. Lança Doze noturnos de Holanda & O Aeronauta.
1953 – Sai afinal publicado o Romanceiro da Inconfidência, sua obra maior. Neste mesmo ano é convidada pelo primeiro ministro Nehru para o simpósio sobre a obra de Gandhi, na Índia, e recebe o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Deli. Compõe os Poemas escritos na Índia e da passagem pela Itália nascem os Poemas italianos.1956 – Publica Canções.
1958 – Conferência em Israel. Visita aos lugares santos. Sua Obra Poética é publicada pela Editora José Aguilar.
1960 – Edição de Metal Rosicler.Acentua-se a presença da temática da morte.
1963 – Solombra, último livro publicado em vida, aprofunda a extrema melancolia e o sentimento de partida “dos litorais humanos”. 1964 – Prepara um poema épico-lírico para as comemorações do quarto centenário do Rio de Janeiro, cidade que a viu nascer e que a acolherá para a eternidade.
1965 – A morte não encerra a grandiosa biografia da maior poetisa brasileira. No ano em que a cidade do Rio de Janeiro comemorava o seu Quarto Centenário, a Academia Brasileira confere-lhe o Prêmio Machado de Assis. Seus inéditos continuam a ser publicados.
http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/catalogo/cecilia_vida.htm
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